Após o término
do filme, saiu correndo pelo quintal rumo ao jardim de sua avó. Parou repentinamente
em frente a um pé de dália e simulou o golpe dado por Van Damme no filme que
acabara de assistir. O chute giratório deitou ao chão a indefesa planta. Olhou ressabiado
ao seu redor e percebeu que não havia testemunhas. Nesse instante, ouviu ao
longe a voz da avó que o chamava para tomar o café da tarde. Com as mãos no
bolso, adentrou a cozinha com ar angelical. Sentou-se a mesa e mexeu com
a colher o achocolatado. Nisso percebeu que estava sozinho na cozinha. Bebericou
com cuidado o quente achocolatado enquanto sua avó entrava furiosa na
cozinha.
- Foi você
quem quebrou meu pé de Dália, moleque?
- Eu vó?
Imagina que eu ia fazer isso!
- Só estamos
eu e você aqui, a não ser que tenha sido sua mãe quando saiu. Coisa bem pouco
provável.
- Vó, deve ser
que enroscou uma pipa na planta e os meninos puxaram com força, vai saber.
Nesse instante
o moleque sentiu uma fisgada imensa em sua virilha e começou a se despir
desesperadamente. A avó ficou atônita, sem entender aquela cena. De repente cai
ao chão a responsável por aquele momento vexatório: uma pequena abelha que
havia entrado através da boca da calça do menino quando esse golpeou a flor
onde a abelha repousava.
Pronto, a avó
já não tinha mais dúvidas que o menino era culpado, haja vista que as dálias
eram o lugar preferido das abelhas. O que lhe intrigou por anos foi tentar
entender como a abelha havia se instalado naquele íntimo lugar. O menino era
outro intrigado.
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