É bom demais ter deixado de ouvir
o som daquela voz de sempre, dizendo-me as mesmas coisas como se fosse um disco
arranhado. Aquela voz que tanto me torturava, dilacerava minha alma com extrema
facilidade. Eu era assim, um masoquista, que mesmo desconfiado, deixava-me
seduzir acreditando piamente naquelas mentiras. Mas a verdade mesmo que tardia,
repentinamente emergiu e assim, pude enfim notar a face do meu algoz. Era uma face
cansada e triste que tinha um olhar endurecido.
Ele que no passado havia se aproveitando das minhas decepções sofridas e se instalado
sorrateiramente em meu interior, coitado! Foi expurgado com a mesma facilidade
que entrou.
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