Ao
sair da igreja, notou que não sentia seus pés. O vento soprava intensamente
indicando que estava por emergir um dilúvio. Eugênio não se deteve e continuou
seu trajeto preferindo até que chovesse para limpar de vez sua alma que já se
encontrava quase alva. Sentia-se flutuar sobre a calçada com seus passos
cadenciados. A alegria enfim havia lhe tomado por completo.
Passando
em frente a um sobrado, ouviu gritos de uma mulher clamando por socorro. A rua
estava deserta. Eugênio ficou estático por alguns segundos diante da casa. Os
gritos acompanhados de pancadas foram se aproximando do portão. E ele
rapidamente pensou:
-
Quer saber, não tenho nada a ver com isso. Custei para me libertar daquela
agonia e agora que me sinto bem não vou botar tudo a perder.
E
saiu resoluto, esquecendo-se das palavras que mais ouvira naquela noite:
Compaixão.
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